A transformação da intimidade alavancada pela revolução do feminino promoveu uma transvaloração dos valores até então vigentes, colocando em xeque a moral civilizatória que relegou a mulher durante séculos a condição de segundo sexo.
A arte sempre tematizou este modelo de mulher libertaria, ousada e transgressora, artistas como Sandro Botticelli, Gustav klimt , Amadeo Modigliani e Francisco de Goya retrataram com fino erotismo a nudez e também o ethos dessas mulheres assenhoradas de si, insatisfeitas com emolduramentos sociais pré estabelecidos.
A pergunta freudiana "Afinal, o que quer uma mulher?" talvez nunca seja satisfatoriamente respondida, daí o encanto do eterno enigma feminino, a sedução do decifra-me ou te devoro, restando pois, somente pistas e aproximações desta aurora que surge, empoderada, atravessada inclusive por novos modos de subjetivação, sendo que para contempla-la, é necessário uma visão de paralaxe, a aventura de captar sua essência fugidia é preciso ter lentes postadas em vários ângulos, e como diria Nietzsche, "há tantas auroras que não brilharam ainda", talvez a espera de um olhar que melhore o seu, e assim lhe possibilitando a construção de um novo "AmanheSer".
Por: Emanuel Ramos
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